MENU

JORNAL O+POSITIVO - FUNDADO EM 2004

sexta, 25 de Abril de 2025

É FÁCIL VER A DIFERENÇA, COMPARE!

PUBLICIDADE

Umas e Outras

Moradores têm casas infestadas por piolho de cobra, em Rio Verde

24/03/2016, às 11h03

Eles relatam situação ‘crítica’ e põem culpa em lavoura de cana-de-açúcar. População teme precisar se mudar do povoado de Santa Cruz das Lajes

Sem títuloMoradores do povoado de Santa Cruz das Lajes, distrito de Rio Verde, no sudoeste goiano, estão assustados com a infestação de um bicho conhecido como “piolho de cobra”. A suspeita deles é que a proliferação do animal tenha ligação com uma lavoura de cana-de-açúcar que fica a poucos metros das casas. A usina responsável pela plantação nega que exista ligação entre o bicho e a fazenda.

A aposentada Antônia de Oliveira conta que estava almoçando quando foi surpreendida pelo piolho de cobra dentro da refeição. “O bicho enrolou e caiu no prato, eu tive que jogar fora”, lembra. A

Assim como a idosa, outros moradores do distrito relatam transtornos com o bicho. O estudante Gustavo Nogueira dos Santos diz que se queimou em contato com o animal. “Eu estava dormindo, aí ele caiu nas minhas costas e queimou”, afirma.

A bióloga Fabiane Cristine Leal Araújo explica que não existe nada relacionado a prejuízos à saúde causados pelo piolho de cobra. No entanto, cita alguns problemas de se conviver com o animal.

“No caso dos piolhos de cobras, eles têm uma glândula de odor que libera o mau cheiro ou uma substância que pode manchar a pele. Na maioria dos casos não existe registro que possa fazer mal à saúde”, ressaltou.

Incomodado com a infestação, o caminhoneiro Robson Aparecido da Silva resolveu jogar óleo diesel ao redor da casa. Ele afirma que arriscou a segurança da casa tentando combater o bicho. “Não adiantou. Eu jogo óleo diesel e, mesmo assim, eles atravessam, sobe nas paredes. Joguei óleo diesel, joguei óleo queimado”, afirmou.

Ele acredita que a infestação esteja ligada à lavoura de cana-de-açúcar. “Trabalhei nessa usina em 2006 sempre estavam jogando veneno na beirada da cana. Um avião passava e jogava o veneno. Aí o ministério veio aqui e proibiu, porque tava muito perto da cidade, aí jogam lá embaixo. Não tem nem como se viver aqui”, desabafou.

A usina de cana-de-açúcar responsável pela lavoura negou que tenha relação com o problema. A empresa informou que em nota que planta na fazenda há sete anos e isso nunca aconteceu antes. Disse ainda que em nenhuma outra unidade houve infestação deste tipo. Mesmo assim, a usina diz que aplicou um inseticida no canavial para tentar ajudar a população.

Piolho de cobra
O animal que infestou Santa Cruz das Lajes pertence ao grupo dos diplópodes, por terem  dois pares de pata em cada segmento, conhecido como anel. Uma das características é o corpo alongado e dois pares de patas por segmento. Apesar de semelhante a uma lacraia (que é um quilópode), eles não são venenosos.

A bióloga Fabiane Cristine considera que uma das possíveis explicações para invasão do piolho de cobra no povoado é que eles buscam lugares quentes e úmidos para se abrigarem, sobretudo nesta época do ano.

Fonte: G1

 

Veja também

PUBLICIDADE