Casa Civil declara que prioridade é viabilizar saída de brasileiros da Ucrânia
Itamaraty estima que haja cerca de 500 brasileiros no país, que é alvo de ataques da Rússia. Presidente Bolsonaro mantém silêncio. Os russos são sócios do Brasil no Brics
24/02/2022, às 15h02
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira afirma que a prioridade do governo federal é viabilizar a saída dos brasileiros que estão na Ucrânia, alvo de ataques da Rússia desde a madrugada desta quinta-feira (24). Há cerca de 500 brasileiros no país, segundo o Itamaraty.
Por ora, a recomendação do ministério é para que sigam orientações da embaixada e, no caso de residentes no leste ucraniano, para que se desloquem a Kiev quando houver segurança. “Nosso foco é proteger os brasileiros e tirá-los de lá o mais rápido possível”, disse Ciro Nogueira.
Integrantes do governo têm defendido que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantenha neutro e evite fazer comentários a respeito da guerra. O chefe do Executivo esteve na semana passada com o mandatário russo, Vladimir Putin.
Nesta quinta, ignorou a invasão ao falar com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada e nas redes sociais. A embaixada da Ucrânia no Brasil cobrou o governo brasileiro nesta quinta que condenasse o que chamou de “agressão russa”.
Contexto
Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia decidiu atacar a Ucrânia nesta quinta-feira, naquilo que Kiev e a Otan (aliança militar ocidental) chamaram de invasão total. É a mais grave crise militar na Europa, desde a Segunda Guerra Mundial, e a maior operação do gênero desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque, em 2003.
A escalada de tensões na Ucrânia —que culminou com a decisão do líder russo Vladimir Putin de invadir o país— tem forçado o Itamaraty a promover um malabarismo retórico para mostrar, ao mesmo tempo, oposição a uma violação do direito internacional por Moscou sem apontar o dedo diretamente contra a Rússia.
Os russos são considerados parceiros estratégicos e são sócios do Brasil no Brics (grupo também formado por Índia, China e África do Sul).
Por Mais Goiás / Foto: Reprodução