Anvisa proíbe agrotóxico Carbofuran por danos à saúde
Substância é utilizada em várias culturas, como a de amendoim, arroz, tomate e banana. Estados Unidos proibiu composto em 2009
19/10/2017, às 13h10
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a utilização do ingrediente carbofuran, princípio ativo de alguns agrotóxicos, em todo o país. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (19) no Diário Oficial da União.
Relatório produzido pelo GGTOX (Gerência-Geral de Toxicologia da Anvisa) concluiu que o produto deixa resíduos nos alimentos e traz malefícios à saúde humana.
Com a decisão, está proibida a utilização direta do composto nas culturas de algodão, amendoim, arroz, batata, cenoura, feijão, fumo, milho, repolho, tomate e trigo. Em todas as demais culturas, a agência proibiu a aplicação aérea e na costa.
Já nas culturas de banana, café e cana-de-açúcar, a agência estabeleceu um prazo de seis meses para a descontinuação completa do uso a partir da data de publicação.
Em três meses a partir dessa quinta, a agência também proibiu em todo o território nacional a importação e a comercialização da substância.
Em 2016, a Anvisa publicou levantamento que mostrou que 11% das amostras de laranja apresentaram situações de risco relativas ao carbofuran.
A Anvisa concluiu que o uso regular de carbofuran também deixa resíduos na água — “o que representa risco agudo à população brasileira”, por seus efeitos neurotóxicos (malefícios ao sistema nervoso, como a morte de neurônios e outras consequências).
Segundo a agência, as características se enquadram nos critérios proibitivos da lei 7802/1989, conhecida como a “Lei dos Agrotóxicos”.
Situação internacional
Desde 2008, a Anvisa estuda o carbofurano e vários países já proíbiram sua utilização. Os Estados Unidos proibiu o composto em 2009; o Canadá, em 2010. A China proibiu o uso de carbofurano em vegetais, árvores frutíferas, chás e medicamentos fitoterápicos em 2002.
Na Europa, relatório de agência regulatória concluiu que o carbofurano representa risco à saúde da população pelo consumo de alimentos e pelo consumo de água.
Fonte: G1