MENU

JORNAL O+POSITIVO - FUNDADO EM 2004

quinta, 25 de Abril de 2024

É FÁCIL VER A DIFERENÇA, COMPARE!

PUBLICIDADE

Umas e Outras

Vigilante apontado como serial killer tem 13ª condenação por homicídio

26/08/2016, às 07h08

Tiago foi condenado a 26 anos de prisão por morte de jovem, em Goiânia. Beatriz Cristina de Oliveira, de 23 anos, foi morta a tiros ao ir comprar pão.

tiagoO vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, apontado como serial killer, foi condenado, nesta quinta-feira (25), a 26 anos de prisão pela morte da jovem Beatriz Cristina de Oliveira, de 23 anos, em Goiânia. Para o júri popular, o réu cometeu homicídio qualificado, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A defesa informou que irá recorrer da decisão, enquanto a acusação disse que não deve recorrer.

Essa foi a 13ª condenação por homicídio do vigilante, que responde por mais de 30 assassinatos. Preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, ele também já cumpre pena por roubo e porte ilegal de arma.

O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri. Presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas. O júri foi composto por dois homens e cinco mulheres.

Beatriz morreu no dia 19 de janeiro de 2014. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o vigilante estava em uma motocicleta e efetuou os disparos ao se aproximar da vítima. A jovem foi atingida na região do tórax e morreu no local.

Antes do início do julgamento, a irmã da vítima, a dona de casa Lorena Eterna, de 29 anos, lamentou o crime. “A gente sabe que ele [Tiago Henrique] pode pegar 300, 400 anos, mas só vai ficar preso 30. Quando ele sair, vai continuar matando. Na última vez ele disse que queria servir ao senhor. Todo mundo tem o direito de mudar, mas não acredito que ele se arrependeu, que tenha mudado”, disse.

Lorena disse que a morte de Beatriz afetou toda a sua família: “Ele não matou só minha irmã. Era a minha irmã que cuidava dos meus avós e, depois que ela morreu, eles entraram em depressão. Os dois morreram de depressão, minha avó ano passado e meu avô em março desse ano. Ele é um monstro, não é um ser humano. Destruiu minha família toda”, lamentou.

Após a condenação de Tiago, a irmã agradeceu a atuação do promotor de Justiça Maurício de Camargos. “Estou mais aliviada. A justiça foi feita”, disse com lágrimas nos olhos antes de deixar o Tribunal.

Testemunhas
O julgamento começou com os depoimentos de testemunhas. O aposentado Thomaz Albuquerque foi o primeiro a ser ouvido. Ele encontrou Beatriz logo após a jovem ser baleada. “Eu a conhecia de passar na porta da minha casa. Eu sabia que ela morava nas proximidades com os avós. No dia do crime, escutei só um tiro e o barulho da moto. Não vi a moto, vi só a menina caída morta na frente da minha casa”, relatou.

A irmã da vítima foi a segunda a depor. Emocionada, ela contou que ficou sabendo da morte de Beatriz após receber a ligação de uma prima. “Me falaram que ela tinha levado um tiro. Achei que fosse ser um assalto, que ela ia para o hospital. Mas ela saiu para comprar pão e não voltou mais”, lamentou.

Em seguida, Tiago Henrique foi chamado para depor, no entanto, se manteve em silêncio e não respondeu nem seu nome. Diante da recusa, o juiz Mascarenhas encerrou o depoimento dele.

Acusação
O promotor Maurício de Camargos exibiu o vídeo do depoimento de Tiago Henrique durante a audiência de instrução. Nas imagens, o réu diz que se lembra de ter passado pela avenida onde aconteceu o crime e de voltar para casa “com sentimento de desespero”. Na filmagem, Tiago confessou que estava armado, contudo, não se lembrava de ter matado Beatriz.

Durante sua tese, a acusação reforçou que existe um laudo que considera Tiago Henrique como psicopata. “Ele tem uma falha de caráter. Ele não tem doença mental. Ele é plenamente capaz de responder pelos seus atos. O laudo médico diz que ele tem tendência a manipulação, enganar as pessoas. Isso é uma característica do psicopata. Quando ele, em vídeo, diz que se arrepende, que não se lembra do crime, ele está mentindo, está fingindo”, afirmou.

Camargos argumentou ainda que crê que Tiago é o responsável pela morte de Beatriz. “A autoria está definida. Não há dúvida de que foi ele. Temos o laudo de balística que mostra que a arma apreendida com ele foi a mesma que foi usada para matar Beatriz”, explicou, mostrando o laudo microbalístico aos jurados.

Defesa
Durante a tese de defesa, o advogado Ramon Cândido alegou que teme pela vida do réu por causa da comoção criada em cima do caso. “O atestado de óbito do Tiago já está pronto, só não tem data. Ele só não morreu até agora porque está mantido isolado na cela. Quando ele colocar o pé em algumas das alas, ele não dura 24 horas”, afirmou.

Cândido criticou o laudo feito pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás em sua fala. “Já conheci 500 homicidas e nenhum deles tem a frieza que Tiago apresenta. Ele é réu confesso, mas falar que ele tem conhecimento dos seus atos, que é capaz de responder pelo que faz, com todo o respeito, é me chamar de otário. Não é normal falar que um sujeito desse não tem nada”, disse.

Adiamentos
O júri foi adiado duas vezes. A primeira sessão foi marcada para o dia 29 de abril, mas foi remarcada a pedido do MP para que fosse acrescentada uma mídia eletrônica ao processo.

Depois, em junho, o julgamento foi adiado novamente após a esposa do promotor do Ministério Público ter um mal estar e o representante de acusação não poder comparecer.

Condenações
Tiago Henrique ficou conhecido como o serial killer de Goiânia por ser apontado como responsável por mais de 30 assassinatos na capital. Preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, ele também já cumpre pena por roubo e porte ilegal de arma. Ele já foi condenado por outros 12 homicídios.

Além dos homicídios, a Justiça condenou o réu a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, na capital goiana. Juntas, as penas do vigilante somam 318 anos e 10 meses.

Fonte: G1

Veja também

PUBLICIDADE