Professores de futebol são presos acusados de estuprar e explorar menores
18/05/2015, às 16h05
A Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) prendeu dois professores de futebol, acusados de abusar de dezenas de meninos com idades entre 12 a 17 anos no último sábado (16), em Cuiabá. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil (PJC), já são sete o número de homens presos por estupro e exploração sexual de menores, desde a última semana.
De acordo com as investigações, Júlio César Patini, 52, e Gesiel Gomes, 34, conhecido por ‘Dedy’, comandavam escolinhas de futebol nos bairros Residencial Coxipó, Itapajé e Coophema, na Capital. Os dois tiveram mandados de prisão temporária (30 dias) cumpridos pela Polícia Judiciária Civil.
A estimativa é que pelo menos mais 50 adolescentes podem ter sido molestados, em troca de presentes, dinheiro ou promessa de um futuro próspero no mundo futebolístico, pois as duas escolas mantinham contato com mais de 200 alunos. As investigações tiveram início em 2013 com denúncia de exploração sexual de crianças e adolescentes, que frequentavam os treinos de futebol.
“Os dois possuíam contato diário com diversas crianças e adolescentes em razão da atividade por ambos empreendida, restando evidenciado que eles se aproveitavam da relação de proximidade com certas vítimas para constrangê-las à prática de atos libidinosos diversos mediante o fornecimento de certos ‘presentes’ ou ainda sob falsas promessas de encaminhamento para grandes clubes de futebol localizados no Estado de São Paulo”, explicou o delegado da Deddica, Eduardo Botelho.
A primeira denúncia foi feita pela mãe de um adolescente contra Júlio César Patini. A vítima foi submetida à realização de estudo psicossocial pela equipe multidisciplinar da Deddica, que na ocasião confessou ter sido molestado pelo professor. No entanto, em 20 de março 2015, a vítima foi a óbito durante uma ocorrência de roubo praticada na casa de um policial.
Depois, a polícia localizou mais três adolescentes que confirmaram terem sido molestados pela dupla. Eles contaram que após os treinos Patini promovia churrasco em sua casa, no bairro Vista Alegre, onde também matinha uma loja de fachada de artigos esportivos. O suspeito oferecia camisetas de time às vítimas em troca de favores sexuais.
“A prisão é de 30 dias e nesse intervalo serão empreendidas diligências visando a identificação da totalidade de vítimas de abuso sexual por parte dos suspeitos, número este que deve aumentar demasiadamente, visto que ambos possuem mais de 200 alunos nesta cidade”, finalizou o delegado.
Os professores responderão por crimes de estupro e exploração sexual. “Além de manter a relação sexual pura e gratuitamente, eles também mantinham a relação em troca de presentes, como chuteiras e camisas”, disse o delegado Eduardo Botelho. A dupla está detida no Centro de Ressocialização de Cuiabá.
Fonte: Olhar Direto