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Mulher é presa suspeita de extorquir idosa durante seis anos

06/10/2015, às 07h10

Vítima contou que precisou vender a casa de R$ 30 mil e repassar pensão. Detida negou o crime e disse que vai provar a inocência: ‘Nunca fiz isso

casaPolícia Civil prendeu nesta segunda-feira (5) Alaíde Alves Fernando Barros, de 45 anos, em uma fazenda em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, suspeita de extorquir dinheiro de uma idosa. Segundo a polícia, a mulher alegava que estava ajudando a vítima a anular uma certidão de óbito falsa e precisaria do dinheiro para pagar o advogado. A vítima pagou a mulher mensalmente por seis anos e precisou vender vários móveis e até a casa, avaliada em R$ 30 mil.

A vítima, uma cozinheira de 65 anos, que preferiu não se identificar, contou que conheceu a suspeita pelo marido há cerca de seis anos. “Ele tinha um dinheiro e ela foi pegar um empréstimo com ele. Acho até que ela nunca pagou. Mas fomos construindo uma amizade”, contou. A suspeita também morava próximo à vítima na época.

Pouco tempo depois, o marido da idosa adoeceu e morreu. Segundo ela, uma semana após o falecimento dele, a suspeita disse que encontrou uma certidão de óbito no nome da cozinheira guardada entre os papéis na casa.

“Ela disse que achou na papelada do meu velho, um documento que dizia que eu tinha morrido. Ele não sabia ler e nem eu. Não desconfiava de nada ruim dela. Mas ela não leu pra mim, nem mostrou pra ninguém. Ficou só entre nós duas porque era constrangedor”, disse.

A idosa disse que, a partir de então, a suspeita começou a pedir dinheiro para pagar o advogado que ia resolver a situação. “Foi quando eu vendi freezer, geladeira, três máquinas de costura, cama. Ela dizia que eu tinha que pagar pra voltar a ter nome”, afirmou.

Ainda segundo a vítima, Alaíde passou a pedir a pensão que ela ganhava por causa da morte do marido. Ela, então, repassava a quantia de um salário mínimo em dinheiro todo mês.

A suposta estelionatária também teria pedido pra que ela vendesse a casa no valor de R$ 30 mil para fazer os pagamentos. “Ela mesma [Alaíde] que cuidou da venda de tudo, até que comecei até a fazer empréstimo com cartão”, afirmou.

A cozinheira disse que se sentia constrangida e nunca contava para ninguém. “Me sinto humilhada”, desabafou.

Um dos advogados da idosa, Benedito Resende de Araújo Júnior, afirmou que ela só soube que estava sendo enganada após participar de uma audiência de aposentadoria.

“Na audiência para conseguir o benefício, a juíza perguntou se ela recebia a pensão por morte do ex-companheiro. Ela disse que recebia, mas que repassava. Foi uma surpresa pra nós também. Tivemos que interromper a audiência até para não prejudicá-la. Ela ficou com medo de repassar essa informação porque sempre recebia alguma ameaça”, contou.

Depois de entenderem o que havia acontecido, os advogados levaram a vítima até a delegacia para prestar queixa. O delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo, explicou que a suspeita pode ter se aproveitado da vulnerabilidade da vítima para conseguir o dinheiro.

“Esse crime foi praticado também em decorrência das características da vítima. Analfabeta, simples e que, aterrorizada com a situação, repassava esses valores sem sequer contar para nenhum familiar”, afirmou. O investigador acredita que possam haver outras vítimas.

Alaíde foi detida na fazenda onde trabalhava como caseira. Com ela, os policiais apreenderam R$ 700, que foram devolvidos para a vítima.

A mulher se defendeu dizendo que o valor era uma parcela de uma mesa que a idosa teria comprado dela e que nunca houve nenhuma menção à certidão de óbito falsa. Ela disse ainda que a vítima é quem sempre pegava dinheiro emprestado para pagar as dívidas feitas pela filha.

“A filha dela fazia várias dívidas. Ela vinha para mim dizendo que não tinha dinheiro, tinha dívidas com muitas pessoas e eu ajudava ela a pagar. Eu acolhi uma neta dela que não estava dando certo na casa dela. O esposo dela morreu praticamente nos meus braços. Eu nunca peguei nada dela e vou provar a minha inocência”, afirmou.

Ela deve ser indiciada pelo crime de extorsão. Se condenada, a suspeita pode ficar presa entre quatro e dez anos.

Fonte: G1

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