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Jovens com depressão pós-parto param de amamentar cedo, diz USP

15/08/2016, às 08h08

Estudo em Ribeirão Preto viu sintomas em 50% de grupo de até 19 anos. Mães param aleitamento antes de bebê completar 6 meses, diz enfermeira

pesquisa_uspUma pesquisa da USP de Ribeirão Preto (SP) apontou que metade das jovens mães entre 12 e 19 anos estudadas apresentaram sintomas de depressão pós-parto. O estudo feito pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) concluiu que a doença tem direta associação com o abandono precoce do aleitamento materno.

“O que nós observarmos é que as mulheres adolescentes que têm sintomas de depressão pós-parto consideram o aleitamento materno como algo estritamente biológico, que vai apenas nutrir o bebê e a gente sabe que existem outros benefícios como os fatores de criação de vínculo entre mãe e filho que são extremamente importantes”, alerta Juliana Stefanello, professora da EERP.

A depressão pós-parto pode manifestar-se nas mães até seis semanas após o nascimento do bebê e tem como principais sintomas instabilidade de humor, preocupação excessiva com a criança, agressividade, ataques de pânico, desinteresse e medo de ficar sozinha com o filho.

Segundo as pesquisadoras da USP, esses traços de comportamento foram encontrados em pelo menos a metade de um grupo de mães adolescentes, entre 12 e 19 anos, submetidas ao estudo.

A maior parte delas também manifestou problemas com a autoestima e sensação de incapacidade para amamentar, que potencializam o abandono precoce do aleitamento.

“Elas acreditam que o seu leite é fraco, insuficiente e que não são capazes de sustentar e desenvolver adequadamente o seu filho”, afirma a enfermeira pesquisadora Juliana Regina  Cafer.

O resultado é que muitas delas acabam por deixar de dar o leite materno antes dos seis meses de vida da criança, o que é prejudicial para a saúde do bebê, explica Juliana.

“Além do desmame precoce, essas mães introduzem aos seus filhos fórmulas lácteas, outros tipos de leite como leite de vaca e o leite integral, alimentos considerados inadequados antes dos seis meses de vida da criança”, afirma.

Nesse contexto, de acordo com ela, alimentos sólidos também acabam sendo colocados na dieta antes do período recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“É certo que a mulher deve iniciar a introdução das papas e sucos a partir dos seis meses de vida da criança, mas isso vai se dar até os dois anos de vida da criança, sendo inadequado antes dos seis meses.”

Os resultados deixam claro a demanda de os profissionais de saúde reforçarem a importância do aleitamento no tempo adequado.

Também é essencial que os próprios familiares fiquem atentos à depressão pós-parto e deem suporte adequado às puérperas, afirma Juliana Stefanello. “Ela precisa de uma rede de suporte. Amamentar muitas vezes não é uma questão fácil.”

Fonte: G1

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