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Opinião

Jamile Ribeiro fala sobre a pílula rosa

29/10/2015, às 14h10

Addyi, nome dado ao medicamento, não pode ser confundido com viagra, diz médica piranhense com quase 30 anos de atuação na área. “São situações completamente diferentes, já que o viagra age no momento do consumo, enquanto a pílula rosa demora de quatro a seis semanas para começar a fazer efeito”

jamileeA descoberta da pílu­la rosa por especia­listas dos Estados Unidos da América (EUA) despertou em mulheres de todo o mundo a curiosidade de como esse medicamento pode ajudar a melhorar a qualidade de vida de quem tem baixa libido. O assunto chegou com força também no Brasil, e por isso o Jornal O+Positivo pediu que a médica pi­ranhense Jamile Ribeiro fizesse uma avaliação da novidade.

Para a médica te­rapeuta sexual, o primeiro mito que deve ser esclare­cido é que a Addyi, nome dado à droga, não deve ser chamada de viagra femi­nino. “Muitas pessoas tem chamado a pílula rosa de viagra feminino, mas isso é um engano. A pílula rosa mexe com o circuito cere­bral da libido, e no caso da pílula azul (viagra) o fun­cionamento é mecânico, relaxando a musculatura do pênis, aumentando o aposte de sangue ao órgão e levando-o a ereção. São situações completamente diferentes, já que o viagra age no momento do con­sumo, enquanto a pílula rosa demora de quatro a seis semanas para come­çar a fazer efeito, e o uso é diário”, pontua.

Jamile Ribeiro também destacou o tempo de pesquisa em cada um dos casos. “O produto de­senvolvido para o homem demorou cerca de seis me­ses e o medicamento para o prazer feminino levou mais de cinco anos e foi reprovado três vezes antes de ganhar o tão sonhado “sim”, por aí é possível ver a complexidade”.

Segundo a profis­sional com quase 30 anos de atuação na área, uma questão central deve ser levantada quanto o assun­to é a pílula rosa. “Até que ponto o prazer da mulher poderá ser regulado por uma pílula?”, interroga. Na opinião de Jamile Ri­beiro, a baixa libido femi­nina vai além de aspectos físicos, mas “está ligada a causas fisiológicas, psico­lógicas ou culturais, como cansaço, rotina, falta de diálogo, parceiro com eja­culação precoce, agressi­vidade, falta de atenção e carinho”, diz ela, que hou­ve relatos como estes cons­tantemente em seu consul­tório.

“Em minha opi­nião, dificilmente uma pí­lula vai resolver esses pro­blemas, mas para aquelas mulheres que não tem nenhuma dessas queixas, creio sim, que o medica­mento poderá ajudar e muito”, arremata a médi­ca.

Polêmicas à parte, o debate ainda está enga­tinhando e o medicamen­to sequer chegou ao Brasil. Para prescrevê-lo os pro­fissionais daqui terão que receber um treinamento. O medicamento também provoca uma série de efei­tos colaterais como risco de desmaio, sonolência, pressão baixa e enjôo, o que indica que resultados de estudos mais aprofundados deverão vir por aí. Não tome nenhum medi­camento sem antes conversar com seu médico para esclarecer as dúvidas.

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