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Invasão em presídio no Acre contou com 25 criminosos, diz governo

‘Eles entraram atirando’, diz secretário de Segurança Pública. Invasores queriam matar presos, segundo Segurança Pública do Acre.

19/10/2016, às 11h10

pmAo menos 25 membros de uma facção criminosa participaram da invasão a Unidade Unidade Prisional 4 (UP-4), conhecida como “Papudinha”, na noite desta terça-feira (18), em Rio Branco. Durante a ação houve troca de tiros entre policiais e criminosos e uma rebelião na unidade. Quatro pessoas ficaram feridas e um criminoso foi preso, segundo o governo do Acre.

“Eles entraram atirando com armas de grosso calibre, com um poderio bélico forte e nós reagimos a altura. Tinha gente nas imediações, pessoas deles no meio do mato”, disse o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, durante coletiva após a situação ter sido controlada.

O objetivo dos invasores, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-AC) era matar presos do regime semiaberto. Alguns deles chegaram a ser emboscados quando chegavam à unidade para dormir, porém, não houve nenhuma vítima fatal. As forças de segurança apreenderam ainda uma espingarda calibre 12, duas granadas, uma pistola 9 milímetros e coletes a prova de balas.

Agentes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) atuaram na retomada do presídio. Depois que a situação foi controlada uma revista foi iniciada na unidade e o secretário de segurança não descarta transferência de presos para outros estados, entre outras ações.

Disputa por território
O governador Tião Viana (PT-AC) ressaltou o trabalho da inteligência da polícia, que já teria alertado para a possibilidade de um ataque ao presídio permitindo que um esquema de segurança fosse montado a tempo.

“Isso reflete aquilo que vem inquietando o Brasil, uma guerra sem proporção na vida brasileira e a previsão de uma verdadeira carnificina em nosso país”, disse.

Viana afirmou que o conflito entre criminosos é causado por disputas por controle de territórios de tráfico de drogas e pediu atenção do governo federal às fronteiras. “Temos as fronteiras abertas para as áreas de maior produção de cocaína do mundo, que são exatamente o Peru e a Bolívia”, comentou.

Ele ainda disse que há necessidade da construção de um presídio federal no Acre e pediu a liberação de um recurso de R$ 2 bilhões do Fundo Penitenciário do Ministério da Justiça para que os estados possam investir em mais segurança nos presídios.

O governador pediu ainda que a população de Rio Branco tenha mais cautela ao sair durante a noite até que todos os criminosos que participaram da ação desta terça sejam presos.

Onda de execuções
A situação ocorreu após vários homicídios em Rio Branco. Em pouco mais de 48 horas, a capital registrou sete mortes com características de execução. Desde as mortes registradas nos presídios em Rondônia e Roraima, a Segurança fez reforço dentro do complexo penitenciário Francisco d’Oliveira Conde.

Uma onda de violência tem atingido a capital acreana nos últimos dias. No domingo (16), o jovem Aquendes Farias de Andrade, de 23 anos, foi morto a tiros no bairro Waldemar Maciel. O Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) informou que a vítima caminhava na rua quando foi abordada por um carro.

Também no domingo (16), Alex Bruno da Silva, de 23 anos, teria atendido uma ligação e, ao sair para atender foi alvejado com vários tiros, principalmente na região do rosto. A informação foi repassada pela mãe da vítima, Malenira Martins da Silva, de 42 anos.

Por volta das 21h de domingo (16), Romulo Ramon Martins Machado, de 26 anos, foi atingido com cerca de cinco tiros após ser chamado na janela de casa. Machado havia saído do presídio há um mês, segundo informou a mulher dele, Edyane Xavier, de 25 anos.

Na segunda (17), dois jovens morreram vítimas de arma de fogo, José Boaventura Moreira, de 24 anos, foi morto com ao menos quatro tiros de manhã, na Estrada do Panorama, bairro São Francisco. A Polícia Militar disse que Moreira foi encontrado com uma blusa enrolada na cabeça e as mãos amarradas para trás.

O jovem de 18 anos, Aquiles Silva de Lima foi morto a tiros no quintal de casa na noite desta segunda (17). O auxiliar de pedreiro estava sentado na porta de casa com o filho de um mês, quando dois homens armados chegaram e efetuaram os disparos. A vítima, segundo a família, ainda tentou fugir. O crime aconteceu na Rua São Domimgos, no Belo Jardim.

Situações em outros estados
Em Roraima, a confusão entre os detentos começou por volta das 15h de domingo (16), quando homens da ala 13 quebraram os cadeados e invadiram a ala 12. A briga entre os presos ocorreu durante o horário de visitas. Dez presos foram mortos e seis ficaram feridos.

Já em Rondônia, há registro de que oito presos morreram asfixiados por fumaça na Penitenciária Estadual Ênio dos Santos Pinheiro em Porto Velho, durante a madrugada desta segunda (17). A Polícia Civil confirmou as mortes e diz que a motivação foi uma briga entre facções rivais. Dois feridos foram encaminhados ao hospital.

Uma rebelião de presos no Hospital de Custódia de Tratamento Psiquiátrico I “Prof. André Teixeira Lima”, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, acabou com a fuga de detentos e fogo no início da noite desta segunda (17). Os presos colocaram fogo em vários pavilhões do presídio. A polícia está no local e conseguiu recapturar alguns detentos.

Ataques de facções no Acre
Em agosto deste ano, o estado acreano passou por uma onda de ataques. Os atos foram desencadeados após a morte de um assaltante durante um conflito com a PM. Ônibus, casas de agentes e órgãos públicos foram incendiados.

Após os ataques, Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) fez a transferência de 12 presos, que cumpriam pena no presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco, no dia 26 de agosto. Os detentos foram encaminhados para o presídio Federal na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Fonte: G1

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