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terça, 23 de Abril de 2024

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Opinião

E agora Brasil?!

09/07/2014, às 09h07

A derrota do Brasil por 7 x 1 para a pragmática Alemanha serviu para evidenciar as falhas em vários setores da equipe canarinha. Meio de campo enfraquecido, que avança desordenadamente e deixa a defesa desprotegida, ataque inofensivo, laterais que preferem jogar para a arquibancada em detrimento do time, técnico obsoleto, sem estratégias modernas capazes de envolver o adversário e com dificuldade em escalar a própria equipe. Enfim, faltou conjunto, sincronismo, determinação, técnica… aos representantes do país-sede para vencer o maior campeonato e não decepcionar os compatriotas.

Os estádios, as obras inacabadas, os viadutos duvidosos, as dívidas… agora servirão como recompensa pela falta de hospitais, medicamentos, moradia, escola, comida e outros tantos sacríficos feitos compulsoriamente pelos “torcedores da pátria do futebol”. A esperança era grande, envolvia a maioria, que vestiam as camisas nas cores verde e amarelo e sonhavam levantar a taça de campeão.

Na verdade, esse país é campeão da corrupção, morte no trânsito, falta de investimento em educação, saúde, segurança, moradia, infraestrutura, má gestão, na cobrança de impostos e taxas, nas manobras políticas, “jeitinho”, desigualdade social. Campão em filas nos hospitais públicos, superlotação nos presídios, em violência…, mas hoje a nação chora apenas a perca do título de Campeão Mundial de Futebol pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA).

Foram dois vexames sofridos na capital mineira, a queda do Viaduto Guararapes, que deveria ter sido entregue antes da abertura do mundial e é alvo de investigação do Ministério Público (MP) por suposto superfaturamento na obra. E hoje a queda do pentacampeão diante do Mineirão lotado, aliás, chegou às semifinais do torneio aos trancos e barrancos, tamanha a desorganização do time em campo.

Mas e agora? Como anunciado, vem as campanhas eleitorais para a escolha de candidatos a Presidente da República, governador, deputados e senadores. O circo precisa manter-se de pé, em cima do mastro, pena que parte do dinheiro do “pão” foi gasto nas construções dos “elefantes brancos”. Porém, ninguém duvida que as principais lideranças políticas estão capitalizadas para realizar uma campanha de alto custo. Pois nem mesmo a isenção fiscal oferecida generosamente à FIFA atrapalhou o levantamento dos recursos necessários a essa empreitada.

O que se espera, ao final desse processo que se inicia, é a queda de outros desorganizados. O Brasil tem tudo para dar certo, para ser um campeão de verdade, para dar orgulho ao seu povo. Que esse momento de derrota no futebol sirva de exemplo para iniciar a reforma dos representantes políticos para formar um time afinado, que jogue no ataca de forma organizada, com um meio de campo habilidoso e defesa compacta. Que os suspeitos de envolvimento em superfaturamento de obras públicas sejam banidos de vez da política, que os corruptos não sejam mais escalados e que o “Brasil jogue pra nós” de verdade.

 

João Santana é bacharel em Direito, historiador, marketólogo, editor do Jornal O+Positivo e pro­fessor universitário

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