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Brasil

Brasil em estado de emergência

17/11/2015, às 08h11

Aumento do número de casos de doença na região gera alerta para a brasileiras
Ministério da Saúde esclarece às dúvidas das gestantes.
Ministério da Saúde esclarece às dúvidas das gestantes.

Com o crescimento dos registros de casos de microcefalia no Nordeste, o Ministério da Saúde (MS) decreta estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Em Pernambuco foram notificados 141 casos, sendo que 89 estão oficialmente confirmados por meio do protocolo de exames exigidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Ministério emitiu nota  com recomendações para as gestantes.

Há relatos de casos no estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe. Em Pernambuco, a maioria dos 141 casos de bebês com microcefalia foram registrados na Capital Recife, atingindo 55%. Ao total, no estado são 44 municípios com registros. O alerta se deve ao aumento no número de casos, já que a média era dez por ano. Na Paraíba são 16 casos registrados, no Rio Grande do Norte o número já chega a 30 recém-nascidos. Em Sergipe são 50 casos diagnosticados.

No Piauí são 10 casos de microcefalia em recém-nascidos nas últimas três semanas, o número equivalente aos registros feitos no anos de 2013 e 2014, quando foram confirmados quatro e seis, respectivamente. Outros seis casos estão sendo investigados, sendo dois intrauterinos. No Piauí, as investigações levantaram a hipótese de que a causa possa ser o Zika vírus, que foi registrado pela primeira vez no país em abril deste ano. Os levantamentos apontaram que oito mães apresentaram sintomas compatíveis com a virose.

De acordo com o MS, para maior agilidade às investigações foi declarado estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, por se tratar de caso que demanda medidas urgentes de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública. O caso também foi notificado para a Organização Mundial da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde e o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES) em Brasília.

Diagnóstico e Investigação

Por meio de exames clínicos, de imagem e laboratorial as crianças e gestantes estão sendo examinadas. A causa da doença está sendo investigada e tem preocupado as autoridades de saúde. O Ministério da Saúde (MS) relata que nesse caso os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que é superior a 33 centímetros.

Bebês nascem com perímetro cefálico superior a 33 centímetros
Bebês nascem com perímetro cefálico superior a 33 centímetros

O defeito congênito pode está relacionado a uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas na gravidez, como drogas, contaminação por radiação e infecção por agentes biológicos, como bactérias, vírus e radiação. De acordo com informações preliminares, a maioria das mães dos bebês com microcefalia tiveram sintomas durante os primeiros meses de gestação, apresentaram  febre baixa, coceira e vermelhidão no corpo.

O Ministério da Saúde informa que será divulgado na próxima terça-feira (17) o boletim epidemiológico sobre os casos de microcefalia no Brasil.

Saiba Mais

O Ministério afirma que não existe recomendação por parte deles para evitar a gravidez. De acordo com o MS, até o esclarecimento das causas do aumento da incidência desses casos, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com equipe de saúde de sua confiança. Para que sejam avaliadas as informações e riscos de gravidez antes de tomar a decisão.

1 – Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2 – Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3 – Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4 – Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5 – Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6 – Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas,  usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes

Perguntas e respostas sobre microcefalia:

A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?

Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.

Como é feito o diagnóstico?

Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).

Qual o tratamento para a microcefalia?

Dependendo do tipo de microcefalia, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. Geralmente, as crianças, como já informado, precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida. Nos casos de microcefalia óssea existem tratamentos que propiciam um desenvolvimento normal do cérebro.

Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?

O Ministério da Saúde está os casos de microcefalia em Pernambuco, estado que tem apresentado aumento de casos da doença, classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como situação inusitada em termos de saúde. Temos recebido relatos de profissionais de saúde sobre o mesmo corrido nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Todas essas suspeitas estão sendo investigadas e todos esses locais contam com a atuação de profissionais de saúde do ministério.

Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?

Por enquanto, não há relatos na literatura cientifica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada.

Que exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados (PE, RN e PB) que já notificaram o Ministério da Saúde?

A partir dos casos identificados em Pernambuco, como já informado, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.

Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde?

Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sinasc.

Fonte: Ministério da Saúde

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